
E foi assim que fomos…
Entre dúvidas, o desafio aceitou-se!
Nunca tinha sido negado nada à escola, quando era pedida ajuda.
Convites e Surpresas.
E assim foi!
Sabia-se de antemão que não ía
ser fácil. Mas abraçou-se o Projeto com o coração e a certeza que o que
interessava era o percurso.
Primeiro, trabalhou-se com as
colegas da Tecnopolis. Algumas reuniões e percebeu-se que teria de haver outra
dinâmica. Agradeceu-se a ajuda das primeiras pessoas. Mas… era necessário um
olhar diferente. E o caminho fez-se, devagar, muito devagar! Quase a tatear…
sem se saber bem como perceber a dinâmica do processo. Contudo, sabia-se que “O
caminho só se faz caminhando” e, por muitos escolhos que existam, só há uma
realidade quando se trabalha numa Escola. E essa realidade são os ALUNOS. Só
eles importam. Só eles interessam. E tudo começa neles como pessoas e acaba
neles como seres de pensamento. E era isso que desejávamos perceber. Primeiro
como acolher e depois como ensinar uma língua estranha, para que a sua integração
fosse realizada com sucesso e coração.
Foram três anos intensos, cheios
de Alegrias e descobertas… muita curiosidade numa experiência incrível,
acompanhada de colegas excecionais que fizeram desse Caminho uma Descoberta
constante e nunca num desespero ou Solidão. Diferentes, mais perto ou mais
longe, mas sempre com o mesmo propósito de partilhar e de ajudar quem quer que
precisasse, sem olhar nem ao esforço, nem ao trabalho. Pedagogia Diferenciada.
Metodologias Ativas. Ensino Colaborativo. Com imenso trabalho, mas com muito
companheirismo e alegria, e porque não dizê-lo com muito Amor. De novo, tivemos
a sorte das pessoas certas chegarem ao pé de nós, durante a multiplicação dos
alunos, ficamos duas professoras e mais algumas ajudas preciosas, que vieram ao
pé de nós.
Como se pode explicar o
privilégio de criar um Projeto, onde tudo o que Sonhamos é que tudo se
congregue para um Bem comum, que tem como único objetivo, a integração de
Alunos numa Comunidade Escolar. Esse que foi sempre o nosso único objetivo,
passou a ser ainda mais importante, porque este grupo de Meninas e Meninos
estrangeiros, ainda precisavam mais desse olhar diferenciado, pois era
necessário o conhecimento da língua do país de acolhimento para a integração
social existir efetivamente.
E, agora, que tudo foi e já não é,
um Agradecimento a todos os que tornaram possível em mim, este acreditar ainda,
nos meus últimos anos de carreira, que tudo é possível!
Aos meus Alunos, Meninas e
Meninos do meu coração, os que estão e os que foram, por terem alegrado os meus
Dias com os seus sorrisos e marotices, cheiinhos de Carinho. Para eles o nosso agradecimento pelo seu
comportamento sempre educado, amigo, compreensivo e participativo, nunca se
recusando a trabalhar, de modo a aprenderem uma língua diferente, mas essencial
para progredirem no seu percurso escolar e social.
Aos meus colegas, todos eles, e
são tantos que dificilmente os poderia nomear a todos, desde colegas de Língua
Portuguesa a Diretores de Turma, a colegas de todas as outras disciplinas, que
nunca nos deixaram sem resposta e estiveram sempre prontos a ajudar, mesmo que
por vezes, sentissem estranheza pela própria situação. Contudo, estiveram
sempre ali e, acredito, que vão continuar a estar. A todos eles o nosso sincero
agradecimento!
Aos Serviços Administrativos, a todas as
funcionárias da Secretaria pela sua atitude profissional e ao mesmo tempo tão
humana, num olhar único e especial ao atendimento ao imigrante, tanto aos
Alunos como às suas famílias, num desejo de esclarecer qualquer situação. Não
há palavras para agradecer os seus sorrisos e, por vezes, mesmo, a sua
atrapalhação por não conseguirem fazer mais. O nosso muito obrigada!
Às Assistentes Operacionais no
geral, principalmente às mais próximas, sempre presentes, numa ajuda constante
de acolhimento, compreensão e Bondade, nas diversas situações que foram surgindo,
sem elas também não teria sido possível uma correta integração. Olhares cuidadosos e, muitas vezes, carinhosos
que ajudam no quotidiano das escolas para que na maior parte dos casos o
acolhimento destes Meninos e Meninas aconteça efetivamente.
Igualmente, não nos podemos
esquecer do Serviço de Psicologia e Orientação, na pessoa do psicólogo João
Gandaio, um agradecimento especial pelo acompanhamento muito próximo, tanto técnico
como humano. O nosso obrigada por nunca nos faltar, sempre que tínhamos dúvidas
e precisávamos de informações basilares para a concretização com sucesso das
situações especiais sobre os percursos escolares e familiares dos nossos alunos
estrangeiros.
Também, um agradecimento pelo o
apoio desenvolvido pelo GAAF, durante todo o processo, mas principalmente no
último ano, onde em cooperação direta com o SPO, a assistente social Beatriz
Seromenho desenvolveu um trabalho atento e individualizado aos diversos casos
que surgiram, de um modo eficiente e muito profissional.
E, finalmente, um agradecimento muito especial
à Direção, na pessoa do seu Diretor José Lopes, e a todos as outras colegas Teresa
Carmo, Natália Aguiar, Gorete Oliveira e Cláudia Guedes que começaram o Projeto
e estiveram numa ajuda constante, para que este se pudesse concretizar
efetivamente. Mesmo com as dificuldades inerentes ao processo, nunca deixaram
de nos acompanhar em tudo o que lhes foi solicitado, agilizando o processo e apoiando-nos
sempre que nos sentíamos mais desmotivados. Para eles, o nosso Bem Haja!
Por fim, um imenso abraço de reconhecimento
àqueles colegas que percorreram connosco os dias mais alegres e aqueles mais
complicados, no PLNM e no Acolhimento aos novos alunos (Brasileiros/PALOP),
desde o primeiro dia da nossa caminhada. Nomeadamente à Sónia Pereira, à
Conceição Lopes, ao Tiago Cunha, à Rita Dias, à Teresa Perdigão e, no último
ano, ao Albano Ribeiro, a todos um muito obrigado pelo seu acompanhamento
atento e compreensivo a tudo o que lhes foi pedido.
Chegamos ao fim, mas este
testemunho não poderia acabar sem a referência sentida ao meu par pedagógico,
com a qual tive a sorte de me cruzar e de desenvolver a mais sincera das
amizades e que me fez ver que “Tudo vale a pena,/ quando a Alma não é pequena”
(FP). De facto, no meu percurso profissional tudo aconteceu por uma razão. A
mais certa, mesmo que dolorosa ou quase impossível, para a maior parte dos Seres.
Acontece sempre para a minha riqueza e para o meu crescimento interior. E mais
uma vez, foi assim. A Isabelinha chegou ao pé de mim para me compreender e me
ajudar com a sua experiência de anos a trabalhar fora do país com alunos estrangeiros.
Sem ela tudo teria sido muito mais difícil e quase impossível. Foi o motor que
me faltava, quando sentia que os muros eram maiores do que as nuvens…, mas aí
dávamos um abraço, bebíamos um café, sorríamos, vinha aquela gargalhada e o
arrojo da descoberta acontecia, sem mais, nem porquê. Talvez, só porque
queríamos o melhor para os nossos alunos e ela via isso tão bem ou melhor que
eu. Foi o meu ombro, o meu sorriso, a companheira do meu dia a dia, e quem
continuou o caminho, na maior parte do tempo sozinha, quando eu saí! E
agradeço-lhe todos os dias a compreensão, o chamar-me à razão, quando me via
mais impetuosa ou triste (porque as injustiças também existem, mesmo quando nós
tentamos não as ver, mas elas aparecem diante dos nossos olhos), a Bondade do
seu coração e a Alegria consciente de ser quem é. Sou uma privilegiada e agradeço
isso todos os dias da minha vida. Amiga dos seus alunos, ajudando-os tanto
cientifica como pedagogicamente, sempre com um olhar de conforto, mas não
deixando nunca de os educar para os valores da vida. Obrigada Isabel de Matos
por seres quem és, tanto como ser humano como ótima professora!
Bem hajas e que continues com
essa serenidade para onde quer que a Vida te leve!
Agora, sim, acabamos!
Há muito que queria escrever um
agradecimento sincero a todos os que fizeram possível que este projeto
acontecesse e que eu fizesse parte dele nos últimos anos da minha carreira
profissional. Obrigada Antónia Mancha pela tua lembrança, sem ela este
texto/missiva não teria acontecido e o meu percurso não estaria completo sem
ele.
E já agora um pequenino conselho
para todos os que tiveram paciência para a ler e chegaram até aqui!
“Pelo Sonho é que vamos,
comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos,
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e do que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.”
Sebastião da Gama in Pelo
Sonho é que Vamos (1953)
Nunca se esqueçam que tal como se
disse um dia, por muitas dificuldades que existam não é o princípio nem o fim
da Viagem que interessa é sim o CAMINHO e o Sonho que nos leva a ele. Muito
Grata por tudo!
Lurdes Repolho, professora de Português aposentada,
pioneira do projeto PLNM na Escola Secundária Júlio Dantas
Sem comentários:
Enviar um comentário